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  30/08/2001 - Paula Cardoso Enviar por email   Versão impressora
WWW: uma nova forma de ver o mundo
 
  WWW: uma nova forma de ver o mundo

A importância da Web é tanta, que para muitos chega a ser confundida com a própria Internet. A World Wide Web, espaço virtual que permite a troca de informação na Internet, surgiu há 10 anos, pela mão e voz de Tim Berners-Lee, um físico da CERN (European Center of Nuclear Research), que apresentou uma nova forma de gerir documentos.

Estava criada a World Wide Web, o meio que anos mais tarde revolucionou o modo como as pessoas se divertem, fazem negócios, trocam ideias e socializam. E muito ainda está por conhecer...

Claro que a principio, tal como anos antes acontecera com a Internet, só o meio académico tomou conhecimento desta importante descoberta. Berners-Lee e companheiros haviam criado um ''espaço virtual'' que permitia trocar na rede documentos, imagens, ou seja, informação. Depois de quase 2 anos, entre apresentação de propostas e experiências, o mundo inteiro conheceu a Web durante o mês de Agosto de 1991.


Antecedentes da Web

A ideia de uma teia mundial há muito que circulava entre a comunidade científica mundial. Desde os anos 80 que Tim Berners-Lee trabalhava numa solução para gerir toda a informação do CERN - um sistema que pudesse ligar os vários documentos que existiam. Mas muito antes, em 1945, um investigador norte-americano tinha criado o Memex, que permitia criar links entre documentos.

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Oficialmente, a WWW surge em 1991, quando o primeiro sistema de hipertexto é posto à disposição da comunidade científica, via Internet. Anos mais tarde, Berners-Lee explica o sonho: ''a Web surgiu a pensar num espaço comum para troca de informações. A sua universalidade é essencial: o facto de um link de hipertexto poder apontar para qualquer coisa, seja pessoal, local ou global, é algo de único''.

Além da vertente mais prática, o conceito, confessa Berners-Lee, apontava também para questões de ordem sociológica. ''A partir do momento em que a Web estivesse a funcionar em pleno... podiamos usar os computadores para nos analisarmos, perceber o que estávamos a fazer, qual o nosso lugar no mundo e como poderíamos trabalhar melhor em conjunto''.

Quanto ao nome, nada mais simples. A explicação foi novamente na primeira pessoa do singular: ''queria um que pudesse espelhar este novo conceito. Inicialmente, pensei em 'mine of information' (MOI, um pouco egoísta) ou The Information Mine (Tim, pior ainda).''
Ficou então World Wide Web (WWW).


A divulgação da Web

A princípio, apenas algumas instituições, em especial universidades e centros de investigação, aderem à Web. Faltavam criar sistemas de interface mais amigáveis, para que o grande público pudesse navegar à vontade na Net. Surgem então, em 92, os primeiros browsers (programas de navegação), o que permite que comecem a aparecer os primeiros sites. No início de 93 estavam recenseadas 50 páginas Web.

Nesse mesmo ano, o CERN liberta a WWW e prescinde do pagamento de quaisquer direitos. ''A decisão de tornar a Web num sistema aberto foi fundamental para que ela se tornasse universal'', explica Berners-Lee. O autor do projecto acrescenta ainda: ''É uma questão de lógica... não podes propôr que algo se torne num espaço universal... e ao mesmo tempo querer continuar a ter o controlo''.

Estava desenvolvido o conceito da auto-estrada da informação, um espaço virtual, livre e ao qual que todos pudessem aceder. O ano de 93 termina com 200 sites na Web. Nesse mesmo ano, Berners-Lee e colegas fundam o World Wide Web Consortium (W3C), uma espécie de centro regulador da Web.

Entretanto, Marc Andreesen, que ao serviço da NCSA (National Center for Supercomputing Applications) tinha criado o Mosaic, funda a Netscape. Dava-se então início à segunda parte da revolução chamada WWW. Rapidamente, as grandes empresas mundiais se apercebem das pontencialidades da Web para a divulgação de produtos e serviços.

Pouco a pouco, a Web começa a impôr-se. O utilizador da Net passa a incluir na sua rotina diária (além da consulta do correio electrónico) a visita a um qualquer site. Começa a onda da divulgação e criação das homepages. A WWW estava, no entanto, circunscrita ao meio informático. Só com o aperfeiçoamento dos browsers da Netscape é que a Web se estende a outros sectores.

Em 95, o gigante Microsoft acorda e entra na corrida dos browsers com o Explorer. À parte as guerras de palavras e mesmo jurídicas, é neste ano que a Web se começa a impôr e a chegar à maior parte dos utilizadores mundiais. Qualquer empresa que não tenha um site oficial na Net rapidamente ganha o rótulo de antiquada.

Com o crescimento da Web, surge a necessidade de desenvolver novas tecnologias, aparecem também novas ideias de negócios, que levam à criação de novos conceitos e novos postos de trabalho. A nova economia chegou!


Os primeiros browsers

Descoberto o hipertexto, era agora necessário começar a desenvolver interfaces mais amigáveis para o utilizador. Começam então a surgir os browsers, programas de navegação. Logo, em 1990, Tim Berners Lee desenvolve o WYSIWYG (What You See Is What You Get). Nesse mesmo ano, Berners-Lee desenvolve o primeiro Gui Browse e chama-lhe worldwideweb. Corria no NeXT (mais tarde o nome muda para Nexus, por forma a evitar confusões com a World Wide Web).

Pei Wei, estudante da Universidade de Berkeley, escreve, meses mais tarde, o ViolaWWW para Unix, baseado na linguagem Viola, por ele desenvolvida. Alguns estudantes de Helsinquia desenvolvem então o Erwise, também para Unix. E, nos Estados Unidos, foi desenvolvido o Midas. Mas, sem dúvida, o Viola foi na altura o melhor programa de navegação para a Web, chegando a ser utilizado e recomendado pelo próprio CERN.

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No NCSA, Marc Andreesen (futuro fundador da Netscape) mostra ao colega David Tompsom o Viola e o Midas. A partir daí desenvolvem um novo sistema - o Mosaic para o PC. Do ponto de vista técnico é menos sofisticado do que Viola, mas nenhum browser como o Mosaic era de tão fácil utilização. Andreessen e Tompsom desenvolveram alguns parâmetros, no tratamento de imagens, que permitiram tornar as páginas Web mais atractivas. Para qualquer principiante, o Mosaic era a forma mais simples de navegar na Net. Torna-se, por isso, um dos principais responsáveis pela explosão da Web.


A WWW em datas

Tal como em muitas outras revoluções científicas, é sempre difícil definir o momento exacto em que tudo começou. Algumas datas são, no entanto, consensuais e dificilmente quem quer que queira estudar o fenómeno da Web as pode ignorar:

1945
Vannevar Bush escreve um artigo no ''Atlantic Monthly'' sobre um dispositivo de nome Memex que permite criar links entre documentos, numa microficha

1960
Doug Engelbart (o criador do ''rato'') desenvolve um protótipo (oNLine System) que permite editar hipertexto

1965
Ted Nelson refere-se ao termo Hipertexto no decorrer de uma conferência em Nova Iorque da Association for Computing Machinery

1967
É desenvolvido o ''Hypertex Editing System''

1980
Tim Berners-Lee escreve um ensaio sobre hipertexto e criação de links

1989
Tim Berners-Lee põe a circular na intranet do CERN uma proposta sobre ''Gestão de Informação''

1990
O CERN autoriza Berners-Lee a continuar estudos e a construir sistema de hipertexto para a gestão da informação do centro. O projecto recebe o nome de World Wide Web.
Em Outubro está criado o primeiro browser da Web (ver imagem)

1991
Depois de divulgado a nível interno, os primeiros ficheiros em hipertexto são postos à disposição na Net

1993
Apresentada a versão experimental do Mosaic


O futuro

Na altura do aniversário da Web, há questões que se começam a colocar. Se no início a ideia era precisamente tornar a informação acessível a todos, o mundo apercebe-se agora da necessidade de limitar e regular alguns procedimentos.

A começar pela própria qualidade dos sites. É inegável a mais-valia que a Web trouxe em termos de divulgação e acesso a material, mas começa a sentir-se a necessidade de fazer a triagem entre o que tem e não tem qualidade.

Os próprios governos começam a estar atentos para os perigos que a Web comporta (vejam-se os crimes de violação informática, as redes de pedofilia na Net, a transmissão de conteúdos não aconselháveis a menores de idade). Cada vez mais são necessárias leis universais que regulamentem a utilização da Web.

O comércio electrónico, que permite ao consumidor comparar preços automaticamente e comprar com todas as comodidades, gera ainda desconfiança. E as empresas, soube-se recentemente, pouco apostaram em mecanismos de segurança e privacidade.

O próprio conceito de e-democracia, ou seja, o governo mais próximo dos cidadãos, começa agora a dar os primeiros passos.

O mentor da World Wide Web admite: ''estou muito contente com a incrível riqueza de material que existe... a sua variedade e as múltiplas formas em que pode ser usada. Mas tenha consciência de que grande parte do sonho que é a World Wide Web ainda não foi implementada. Por exemplo, ainda são poucas as pessoas que têm o hábito de colocar os seus pensamentos e preocupações na Web. E muitos dos links perdem-se''.

Mas... ainda só passaram dez anos. Falta ainda muito por descobrir.



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